sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Aproxima-se o dia das eleições legislativas e eu inquieto-me. Mais do que cumprir um dever cívico e exercer um direito, queria muito que o meu dedo pudesse, também, apontar numa direcção concreta.

Tenho estado atenta aos debates e procurei os programas eleitorais para que possa estruturar a minha escolha da forma mais conscenciosa e responsável possível. A bem da verdade, não gosto de política. Soa-me demasiado a falso, demasiado a incompetência, ganância, corrupção e incoerência. Sempre me pareceu um palco em que os actores encarnam, forçosamente, o papel de adversários ferozes e desatam a criticar tudo o que venha da oposição, esquecendo-se do bem comum, o objectivo maior, o real interesse do País. Mas a democracia é um privilégio demasiado precioso para ser desperdiçado e há que honrá-la.

O parco leque de escolhas torna a tarefa árdua. O conservadorismo, a desconfiança, a falsidade, o irrealismo, o radicalismo. O facto de termos de confiar em alguém que sabemos estar a assumir um papel: o de defender acerrimamente a sua posição, qual gladiador que se debate num combate mortal e tudo fará, tudo dirá para sair ileso. Antes de qualquer outra questão, creio que é disto que se trata quando se está em campanha eleitoral. Talvez mesmo antes das ideologias, dos valores. Em campanha, interessa vencer. E isto parece-me perigoso.
Por tudo o que é e pelo que deveria ser, ocorre-me muito a célebre "With great power comes great responsibility".

3 comentários:

  1. Eu não acredito em nada nem em ninguém agora. (E quanto isso me aflige!)
    As coisas não eram assim. Eu sentia-me segura numa ideologia que tinha escolhido e que me escolhia a mim. Era uma relação com uma naturalidade... Não consigo reavê-la "on demand". E não me vou pôr com tentativas esforçadas porque é ano de eleições.

    Se votar branco, voto. Se votar nulo, voto. Se não votar, não voto. E não admito que me venham com a lambarice do "se não votas, não podes criticar". Vindo de gente que se calhar vota às cegas só para ter a oportunidade de usar o cartão de eleitor e ter desculpa para sair de casa e depois ir ao café com o nariz empinado.

    Enfim... também é assunto a resolver por aqui...

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  2. (Soei tão rezingona no comentário anterior.)

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  3. Pois eu nunca quis saber...vergonha das vergonhas, até hoje só votei aquando do referendo sobre o aborto. Já está na altura de adquirir responsabilidade social e cívica, e e exercer o direito que me assiste. Sinto que estou preparada para isso, mas não deixo de estar menos confusa quanto à escolha :S

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