quinta-feira, 17 de setembro de 2009





Agora o tempo parava e eu permanecia assim. Não avançava mais um ano, não ganhava rugas, não nada. Ficava assim, só na eterna expectativa de viver o dia que é meu, de ter mimos e atenção, alegria e felicidade, mas sem vivê-lo, sem passar por ele, que é como quem diz, sem envelhecer mais um pouco. Viveria a antecipação sem concretização, numa espécie de limbo do retardamento. E teria sempre algo de concreto e de bom a que aspirar.

Por outro lado, talvez não quisesse mesmo ficar sempre assim. Talvez prefira ganhar mais umas rugas e avançar no tempo, se isso significar ganhar em estabilidade, em realização pessoal, em experiência, em bonança a curto prazo. Se assim for, venham de lá essas rugas, - que até já há uns cremes bons - esse aproximar dos 30 (inverosímil), esse sentimento disfórico que fica depois do "já foi, já passou, fim de festa". Que as armas que hão-de ir ficando compensarão tudo isso e muito mais.
Haja optimismo, que a neura(ose) passará. E até é oportuno ir desabafando: é da idade.

2 comentários:

  1. Sentirmo-nos envelhecer pode ser muito recompensador. Acho que vou preferir os 30 que se avizinham aos 20 que já lá vão.

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  2. Os 30 dão-nos tanta coisa. Ou solidificam tudo pelo que recebmos ao longo dos 20.

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