domingo, 1 de novembro de 2009

A espera

Ofereceste-me ilusões e, com o tempo, eu fui querendo recebê-las. Os sonhos foram ganhando forma e eu esperei que se tornassem reais. As dificuldades surgiam sempre e eu esperava que se dissipassem. Houve tempos em que sim, outros nem tanto. Outros nem tanto. A vida foi passando e eu esperei que chegasse o dia. O dia da maturidade, da estrutura consolidada, dos demónios afugentados. Fiz o que pude e o que soube e lutei. E esperei, tive fé. Hoje, o presente passa-me diante dos olhos e eu sinto-me aprisionada, muda, mera espectadora enquanto o observo, lentamente, rapidamente a tornar-se passado. Enquanto espero. Percebo agora que tenho esperado mais do que deveria. Esperar, ter fé, perseguir um objectivo. Pergunto-me qual será a linha, ténue ou não, que separa os três. Se é que, de facto, existe. E pergunto-me quando será o momento de deixar que essa linha se parta.

4 comentários:

  1. Meluna, querida, não sei se as três coisas são separadas ou não e muito menos se por linhas ténues ou bem vincadas e resistentes, mas acho que, enquanto te decides, se as deixas partir ou não, aí sim, és capaz de estar a desperdiçar tempo...

    Desculpa o tom de brincadeira. Pelo que escreves, deves estar pouco virada para isso, mas tu sabes! Não acredito que não saibas! A partir do momento em que te sentes aprisionada, estás a dar o grito de liberdade... (digo eu, não sei!...)

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  2. Querida Lélé, tu, com a tua capacidade de me deixares um sorriso nos lábios, já me deste novo ânimo.Obrigado :)
    Beijinho grande para ti.

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  3. Essa linha nunca é ténue... há que haver uma vontade de a partir, um limite que já não se consegue ultrapassar...

    Abraço

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  4. Querida Yashmeen, é isso mesmo. Na verdade, não podias estar mais certa. à luz da cabeça fria percebo isso ;)
    Abracinho apertado :)

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